Lembro de ter uma conversa particular com Sua Santidade muitos anos atrás. Em um determinado momento, ele tocou a ponta de sua língua e disse baixinho: “Esta língua nunca mentiu.”
Que afirmação simples e surpreendente. Atingiu-me diretamente. Seria bastante impensável acreditar em uma declaração tão clara e digna vindo de qualquer pessoa nos dias atuais.
Engano, interesse próprio, cobiça, violência, corrupção e verdades paralelas infelizmente são coisas consideradas aceitáveis, e até mesmo esperáveis. Inclusive o Presidente dos Estados Unidos fica exposto em suas tolices. A linguagem se tornou vazia. As próprias palavras perderam seu caráter sagrado. Graça, gentileza e dignidade simples são ridicularizadas como politicamente corretas.
Ele é o sol radiante do abraço universal. Ele é inclusão, serviço e autossacrifício. Ele é amor genuíno.
Porém, há alguns poucos gigantes, como o Dalai Lama, que restam entre nós – gigantes que, com humildade tocante, falam e agem com sensibilidade e cuidado por todos os seres, sem preconceitos.
As obscuras forças que nos dividiriam, que encolheriam nosso mundo em um interesse próprio e em indiferença tribal, ou extrema crueldade e ódio no seu pior aspecto, estão se manifestando de formas assustadoras em todo o mundo. O Dalai Lama e sua influência são necessários agora mais do que nunca.
Sua Santidade nos acorda de nosso horrível sono. Ele é o sol radiante do abraço universal. Ele é inclusão, serviço e autossacrifício. Ele é amor genuíno. Ele é interconectividade. Ele nos recorda quem realmente somos. Nos torna maiores. Faz com que nos importemos. Ele nos delicia com sua sabedoria, sua alegria, seu riso e seu otimismo. Ele nos carrega. Como é impossível ser orgulhoso e pretensioso perto de alguém tão simples e gentil.
Queremos ser melhores. Queremos ser bons. Queremos encontrar soluções que funcionem para todos – que tragam felicidade e as causas da felicidade futura para nós mesmos e para todos os seres igualmente. Observando o rosto do Dalai Lama, ouvindo suas palavras, recebendo Suas bênçãos, queremos amar mais profundamente, esquecer mais completamente e servir aos outros de forma mais desinteressada. E nós podemos fazer isso.
Seres como Sua Santidade o Dalai Lama raramente vêm a nosso mundo. Porém, com toda certeza, eles vêm quando mais os necessitamos.
Em sua presença amorosa, sabemos que todas as coisas boas são alcançáveis. Sabemos que a escuridão deste momento não é permanente. É completamente transformável – se nós fizermos o trabalho, se quisermos isso com força suficiente. Temos essa extraordinária oportunidade agora, exatamente agora.
Seres como Sua Santidade o Dalai Lama raramente vêm a nosso mundo. Porém, com toda certeza, eles vêm quando mais os necessitamos. Como seria tolo de nossa parte não acolher esse incrível presente e não fazer o trabalho de liberar a nós mesmos e a todos nossos seres irmãos e irmãs desta loucura. Depende de nós.
Uma vez, meio brincando, perguntei a Sua Santidade se eu podia parar com todos os meus compromissos. Eu estava cansado. Ele sorriu e disse: “Você pode parar quando eu parar.” Eu ri. Porque é claro que aquilo queria dizer: nunca.
Publicado originalmente em Lions Roar.