“Você pode imaginar o quão difícil é para abandonar a raiva, uma vez que você desenvolveu o hábito de ter raiva?” — Padma Dorje
Em um vídeo recente publicado no canal Smarter Every Day, o apresentador Destin Sandlin revela ao público uma bicicleta difícil de ser controlada, capaz de exercitar não apenas o corpo, mas também a mente do ciclista.
Como ela funciona? Enquanto o guidão vai para um lado, a roda aponta para a direção contrária. “É como aprender uma nova língua”, compara Sandlin, que ainda registra a maior facilidade de crianças ao lidar com o equipamento.
Desenvolvida para estimular o cérebro do usuário, a bicicleta utiliza de uma estrutura de engrenagens que obriga mesmo o ciclista mais experiente a “desaprender” o método tradicional de pedalar.
Isso nos faz reforçar que a chave para a transformação da mente é a prática, que esta disponível para nós o tempo todo, conforme a mestra Jetsunma Tenzin Palmo nos diz:
“O Buda descreveu três tipos de preguiça. Primeiro há o tipo de preguiça que todos nós conhecemos: não queremos fazer nada e preferimos ficar na cama meia hora a mais do que levantar para meditar. Em segundo lugar, há a preguiça de nos sentirmos incapazes, pensando, “Eu não sou capaz fazer isso. Outras pessoas podem meditar, outras pessoas podem ser atentas, outras pessoas podem ser boas e generosas em situações difíceis, mas eu não posso, porque sou muito estúpido”. Isto é preguiça.
O terceiro tipo de preguiça é estar ocupado com as coisas mundanas. Sempre podemos preencher o vazio do nosso tempo, nos mantendo sempre muito ocupados. Estar ocupado pode até fazer com que nos sintamos virtuosos. Mas geralmente é apenas uma maneira de escapar. Quando saí do retiro em minha caverna, algumas pessoas disseram: “Você não acha que a solidão era uma fuga?” E eu respondi: “Fuga de quê?” Lá estava eu, sem rádio, sem jornais, sem ninguém para conversar. Para onde eu poderia escapar? Quando as coisas surgiam, eu não podia nem mesmo telefonar para um amigo. Eu estava cara a cara com quem eu era e com quem eu não era. Não havia como escapar.”
“Se o Buda estivesse aqui, tudo o que ele poderia fazer seria encorajá-lo a praticar. Ninguém mais pode fazer o trabalho para nós, cabe a nós fazê-lo ou não. Nadando rio acima em direção à fonte é preciso esforço e determinação. Desculpe, não há nenhuma solução rápida. Mas, ao final, é a única coisa que vale a pena. A chave é a prática. Mas não colocá-la num santuário: pegue a chave, abra a porta e saia da prisão. Não há obstáculos.“
– Jetsunma Tenzin Palmo
Confira o vídeo abaixo: